de baú nós não temos nada

te deixo contar sobre o que quiser, não faço cara de quem está interessada, eu realmente estou, fico encantada com quem sabe contar histórias e mais ainda com quem conta um fato enganchado em outro, e vira aquele novelo de lã de mini histórias, quase um diário escrito em frases de duas linhas. é uma sensação gostosa te ouvir falar sobre como se sente, sobre o dia ou sobre o calor que fez, porque no fundo é você se abrindo, botando pra fora alegrias, tristezas e angústias, vez ou outra sai uma mentirinha, um cara que não existe ou a força que você não tem, mas eu entendo. às vezes eu também me engano e acabo acreditando em um monte de coisas que só existem na minha cabeça, e se, por acaso, te digo como se fosse verdade não é por maldade, é só a vontade daquilo ser meu, daquela autoestima, força ou kg a menos serem de quem tanto valoriza a palavra contada e declaração.
e você vai falando até cansar de ouvir a própria voz, e eu sinto que a minha vez de jogar no ar tudo aquilo que aquela conversa pode abarcar chegou: abre alas! e conto sobre o que não consigo resolver, sem esconder a humildade ou forçar a barra, desenrolo tudo em detalhes e mostro que não falo por falar, aliás, ninguém faz isso, falo da minha vida pra ouvir de ti um conselho, pra receber um abraço mansinho que evita a lágrima escorrer ou ensurdecer com tua gaitada, falo dos amores, das dores, das alegrias e sonhos porque preciso dividir contigo a minha vida, porque não faz sentido carregar tanta coisa no peito e deixar tudo preso e escondido, sem ninguém saber.
e eu falo, falo mesmo, berro se preciso for. e quero que você faça isso também, porque de baú nós não temos nada, aliás, guardar nem dinheiro a gente guarda, por que segurar dentro de si tanta coisa que só faz sentindo se cair no mundo, no colo e no ouvido de outras pessoas? e vamos lá, que enquanto houver vida há história, e enquanto houver o que contar a gente conta mesmo, seja aonde for.
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