O que eu respondi quando não sabia a resposta

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“O que é que tu quer de mim? Me diz.”
Sempre imagino as pessoas se fazendo essa pergunta. Depois dos olhares, do beijo, da primeira noite juntos. Quando canto uma música, pisco os olhos, vou e não volto. Imagino os outros tentando me compreender quando eu me faço, de propósito, incompreensivo, quando fujo de tudo depois de ter regado todas esperanças, inclusive as minhas.
Apenas imagino elas indo para casa e pensando com o silêncio do carro ou com vento seco que corta a noite, pensando e não encontrando respostas. Consigo ver a insistência em tentar procurar provas para os meus crimes, na busca por palavras-chaves, por qualquer atitude minha que respondesse a isso. Mas não há.
Mas também me vejo muitas vezes pensando, sobre cada um daqueles que já conheci, “o que será que ele quer de mim?”, mas eu apenas penso. Esse tipo de pergunta não pode exigir resposta, porque nem sempre há. Esse tipo de pergunta exige a razão que nem sempre há, a transparência no jogo da manipulação, que nem sempre há.
Quando eu me calei, depois de ter ido e voltado, me perguntei “por que eu continuo com isso?”, mas eu apenas me pergunto, porque mais uma vez não há resposta coerente, nem me dou o trabalho de buscá-la. A simples verdade é que tem coisas que a gente precisa deixar em aberto, como uma lacuna sem encaixe, isso porque palavras não podem voltar atrás. Nessas minhas indecisões, com a bagunça que sou por dentro, eu prefiro deixar muitas perguntas sem respostas, até as que eu mesmo me faço.
Não me convenci de todas as minhas dores e sentimentos, não me convenceram de nada nessa vida. Por isso essa pergunta me deixa tão inquieto. Por mais que eu saiba o que se passa no meu coração, na minha cabeça emaranhada, parece que nada é tão claro para se transformar em resposta, ainda mais, em uma resposta para que, te esclareça de verdade, o que eu quero de você.
Porque se eu fosse responder da minha forma, com o meu peito aberto, a resposta seria tão simples que talvez gerasse outras mil dúvidas a você. A resposta para tudo isso, de agora e de antes, é que eu só quero você, e tudo que fizer parte desse corpo, desse teu coração maravilhoso. O que eu quero tem o sorriso que dá paz e um abraço apertado, mas nem sempre o que eu quero entende o que eu realmente quero.

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