No interior de prosa e poesia

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Porque todo amor para ser grande precisa ser um pouquinho triste
Todo encontro para valer a pena pede uma despedida molhada de choro
Toda tristeza para ser inédita pede um pouco de sorriso aberto.
Dentro das contradições e das minhas convicções eu vi a minha imbecilidade tomar meu corpo de assalto, senti o verso ser roído pela prosa, que feito praga tomou conta do ser, do viver e do que era poema. Apenas parecia poema, se o verso, a poesia, a redondilha têm isso de ser sensível, puro e rimado, milimetricamente calculado, a prosa tem a dureza da vida, o descaso das paixões amargas, mas também tem o reinicio do ciclo, da estaca zero ao pico mais elevado.
A diferença da ida e da volta é a expectativa
Se antes de ver, tocar e sentir eu sabia amar
Agora depois de penar, esmorecer e partir
Sei que o contrario do ir é o vir, e do amor é iludir.
Da confusão de não saber se atraso ou antecipo o tempo, se sinto saudade ou alívio, se me culpo ou culpo-lhe. Do choque entre o frio e o calor, da chuva que corre ou o mar que se arrasta, ficam mil dúvidas, mil sentimentos e nenhuma lembrança. Entre o seu rivotril ou o meu doril, vou do engov à aspira assim como da água à pinga, está complicado entender, das brechas que a rima tem, das rasteiras que a vida dá, se escrevo poema ou prosa, se colho rosa ou planto jacarandá. 

O caos está tão intenso que para decidir entre verso e prosa nunca foi tão difícil e embaralhado. Espero não confundir você. Aliás, espero ter mexido nas coisas certas.

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